PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS
O grupo das alunas Camila Perez, Franciele Neves, Ingrid Dias e Isabella Heemann,
Percepção:
Para
o reconhecimento de objeto, é exigida a identificação de um arranjo complexo de
estímulos, onde se aplica um rótulo a partir da organização das informações
fornecidas pelos receptores sensoriais e das informações armazenadas na memória.
O reconhecimento do objeto é influenciado pelos processamentos Bottom-up e
Top-down.
O
processamento Bottom-up ressalta a importância dos aspectos do mundo externo no
momento do reconhecimento e precisa de um estímulo para acontecer. São as
informações trazidas de fora (estímulos externos) para dentro (córtex
cerebral). Ou seja, os estímulos físicos são registrados nos receptores
sensoriais e alcançam caminho para os processos cognitivos mais sofisticados. A
partir daí começa a ação do processo de reconhecimento do objeto.
O
processamento top-down ressalta como os conhecimentos particulares e processos
mentais superiores interferem no reconhecimento do objeto, pois os conceitos,
as expectativas e a memória ajudam nessa identificação.
Atenção:
Fatores
externos são agentes que surgem exteriormente ao corpo, ou seja, são os
estímulos que os órgãos dos sentidos identificam, geralmente involuntariamente.
Como exemplo pode-se considerar a movimentação do estímulo (um objeto
movendo-se rapidamente na visão periférica), a sua intensidade, contraste e incongruência.
Os fatores externos atingem o cérebro de forma semelhante ao processamento
bottom-up.
Os
fatores internos são relacionados com a personalidade e o conhecimento do
próprio ser, geralmente acontecem voluntariamente. Como exemplo considera-se a
experiência do indivíduo, a motivação para o estimulo (procurar um amigo numa
festa), a natureza social e expectativa. Esses fatores podem ser facilmente
comparados ao processamento top-down.
Na
psicologia, o estudo da percepção é de extrema importância porque o
comportamento das pessoas é baseado na interpretação que fazem
da realidade e não na realidade em si. Por este motivo, a percepção
do mundo é diferente para cada um, cada pessoa percebe um objeto ou uma
situação de acordo com os aspectos que têm especial importância para si
própria.
Aprendizagem:
É
o processo que descreve a modificação de alguns comportamentos com base nos
efeitos de estímulo-resposta sobre o sistema nervoso central.
Pavlov
desenvolveu essa teoria a partir da experiência com cães onde ele apresentava o
estímulo (campainha) que gerava a resposta (salivação), já que os cães
associavam o som da campainha a chegada de alimento.
O
condicionamento clássico é um tipo de aprendizagem em que o organismo aprende a
transferir uma resposta natural perante um estímulo para outro estímulo que
inicialmente esa neutro e se converte então em condicionado.
Qualquer
evento do meio se torna um estímulo se ele vier seguido de uma resposta.
Quando
se fala no âmbito da aprendizagem seria basicamente a mudança de comportamento
sobre o que é ensinado através de reforços, que se chega a uma resposta à um
estímulo emitida pelo sujeito, e que seja mais próxima da resposta desejada.
A
diferença notória entre um e outro é que no condicionamento operante o sujeito
é ativo e voluntário. O operante diz respeito a tudo que fazemos e que causa
alguma consequência. Ele não é mais do que a tendência a repetir ações que trazem
consequências positivas e evitem as negativas.
Já
no clássico o indivíduo é totalmente passivo e involuntário, onde se trabalha
mais a associação estímulo-resposta.
Um
dos experimentos utilizados por Skinner para estudar o comportamento a aprendizagem em animais, e que, dentro do
behaviorismo é chamado de “Análise Experimental”.
Nessa
caixinha (de vidro) ficava o ratinho e dentro haviam diversos dispositivos para
acionamento de água, luz e em algumas delas até pequenas descargas elétricas.
Ainda hoje esse estudo é utilizado (há mais de 60 anos) e consiste em privar o
rato de água por até dois dias, estimulando-o a acionar a barra certa para
liberação de água.
Tanto
um quanto o outro tem por finalidade aumentar a frequência de um comportamento
desejado.
O
reforço positivo essencialmente é aquele que recompensa um dado comportamento
de modo que ele seja mantido ou aumentado.
Já
o reforço negativo tem como objetivo aumentar a probabilidade da emissão de um
comportamento, por exemplo, o rato recebe choques em um experimento de
laboratório que só cessam quando ele pressiona uma determinada barra. Nesse
caso os choques servem como um reforço negativo, porque ele aumenta a
probabilidade de o rato ter que ir e pressionar a mesma barra.
A
punição é geralmente utilizada quando, ao contrário do reforço, se quer
diminuir a frequência de um comportamento.
Na
punição positiva é inserido algo num contexto que tenha efeito aversivo, é quando
um estímulo é apresentado no ambiente para reduzir o comportamento indesejado.
A
punição negativa baseia-se na retirada de algo do ambiente que possa estar
reforçando um comportamento errado.
-
Aprendizagem Observacional:
Na
aprendizagem observacional Bandura defende exatamente a ideia que todo
indivíduo pode aprender através da observação e da imitação do comportamento
alheio.
O
individuo observa que o outro é recompensado por determinado comportamento (ou
não), e passa então a repetir aquelas ações como modelo com a expectativa de
que seja igualmente recompensado.
Nos
humanos os neurônios espelho estãp localizados no córtex pré-motor e no lobo
parietal inferior.
No
comportamento animal são neurônios que disparam tanto quando o animal realiza
determinado ato como quando ele apenas observa. De certa maneira, o neurônio
espelho “imita” o comportamento daquele que está observando a realização de uma
ação.
A
nível neuronal a aprendizagem acontece por alterações de conexões sinápticas.
Quando um neurônio estimula o outro acontece um processo de crescimento que
fortalece a sinapse entre os dois. Quanto mais se aprende mais conexões
neuronais se tem. Todo estímulo que se recebe do meio ambiente pode aumentar a
quantidade de córtex e o número de sinapses, alem de favorecer um funcionamento
maior da acetilcolina, um neurotransmissor que melhora a memória.
Memória:
-Icônica: visual
-Ecóica: auditiva
Essas duas memórias permitem que as lembranças passem por nossa
cabeça como se fosse um filme. Ainda não se sabe ao certo se as duas são
realmente memórias ou apenas processos sensoriais.
- Memória de curto e longo
prazo:
Se a informação que queremos memorizar não for repetida, ela se
mantém em nossa mente (memória de curto prazo) por apenas, aproximadamente, 2
segundos. Quando repetida, passa para a memória de longo prazo. Passado um
tempo, as informações que estão na memória de longo prazo podem voltar para a de
curto prazo; quando se começa a pensar novamente na informação “perdida” há um
processo de recuperação, que é quando a informação que estava novamente na
memória de curto prazo volta para a de longo.
Uma das principais diferenças entre estas duas memórias é a
duração e capacidade de cada uma.
Na memória de longo prazo existe o efeito de posição serial
denominado primazia: quando nos lembramos dos primeiros itens que lemos.
Na de curto prazo é o de recenticidade: quando nos lembramos dos
últimos itens que lemos.
- Prática distribuída de
memória:
Quando dividimos um estudo em partes, o estudando em longo
prazo, há uma fixação melhor.
- Prática concentrada de
memória:
Estudando um conteúdo de uma só vez se fixa por apenas um breve
período de tempo.
- Memória de agrupamento:
É uma estratégia de memória. Exemplo: Quando temos uma série de
letras e não as decoramos, se as agruparmos de uma maneira que elas formem
siglas que conhecemos facilita a memorização.
- Memória de trabalho:
Divisão: Executiva central (a principal e que controla os outros
dois); bloco de notas visuespacial (material visual e espacial); alça
fonológica (fala, palavras e números).
É um dos processos da memória de curto prazo, depois de todo
esse processo passa para a memória de longo prazo.
- Memória fotográfica:
É possível lembrar e recuperar imagens fielmente, mas não como
uma fotografia, sendo que em fotografias vemos a imagem exatamente como ela é,
já quando nos lembramos de alguma imagem esquecemos alguns detalhes. Então o
termo não pode ser usado com exatidão.
- Lembranças falsas:
Amnésia para fonte: Quando se tem uma lembrança, mas não se
recorda de onde.
Amnésia da infância: Esquecimento de lembranças de antes dos
três anos de idade, devido a falta inicial linguística e lobos frontais
imaturos.
- Confabulação:
É uma “mentira honesta”. Não se tem a intenção de mentir, mas o
individuo conta histórias que não se conectam com a verdade, cada vez
inventando mais fatos para tornar tal lembrança “real”. Dá-se por lesões
cerebrais.
Memórias também podem ser reprimidas por algum trauma, bem como
algum trauma pode ser implantado na mente da pessoa (falsa memória).
Pessoas podem distorcer suas memórias de forma a torná-las conscientes
e de acordo com sua realidade e crenças. Leon Festinger diz que quando se
altera a memória deste modo é para o próprio beneficio humano, como uma defesa.
-
Memória Explícita:
Nos lembramos das
informações conscientemente.
-
Episódica:
Memória de nossas
experiências passadas.
-
Semântica:
Conhecimento sobre o
mundo, independente de nossa experiência pessoal.
-
Memória Implícita:
Intensificação da
memória sem esforço deliberado.
-
Memória de Procedimento (ou motora):
Habilidades motoras
-
Localização Cerebral:
Inicialmente,
acreditava-se que o armazenamento da memória era distribuído por todo o cérebro.
Wilder Penfield foi o
primeiro a conseguir demonstrar as localizações específicas através de estudos
com estimulação elétrica em macacos.
Hoje sabe-se que o
sistema límbico: Hipocampo, Amígdala, Córtex Rinal e Giro Para-hipocampal são
os responsáveis nos processos de retenção e consolidação de informações novas,
sendo essas depois transferidas para as áreas de associação do neocórtex parietal
e temporal.
A Amígdala é
substancialmente importante no aprendizado emocional dos estímulos complexos ou
no contexto onde estímulos emocionalmente fortes e aversivos são
experimentados.
-
A importância do lúdico:
A
atividade lúdica é bastante importante para o desenvolvimento infantil por
possuir recursos que são capazes de contribuir para o desempenho das funções
cognitivas da criança.
-
Fatores teratogênicos:
Todo
e qualquer fator ambiental sofrido durante a vida embrionária ou fetal, que
produza alterações permanentes na estrutura ou função daquele indivíduo é
considerado fator teratogênico. Evidentemente o sujeito vai sofrer com
transtornos de cognição futuramente. Eis a grande preocupação com o
desenvolvimento principalmente infantil, visando uma vida saudável nos
processos cognitivos.
-
Assimilação, acomodação e equilibração:
Três
termos apresentados pela teoria de Piaget, que seriam então:
-
Assimilação: processo pelo qual o indivíduo capta o ambiente cognitivamente.
-
Acomodação: a modificação de um esquema ou de uma estrutura em função do objeto
a ser assimilado.
-
Equilibração: processo de passagem de uma situação de menor equilíbrio para uma
de maior equilíbrio. Onde encontramos grandes afirmações de que as estruturas
mentais se modificam em função de novas situações.
- Aristóteles:
Criou a teoria da tabula rasa, que diz que a pessoa nasce como
se fosse uma folha de papel em branco, pronta para ser preenchida, ou seja, que
se precisa de experiências para adquirir conhecimento.
Foi o primeiro a estabelecer tratados psicológicos em
psicologia, falando de sensações, sono, insônia, mas principalmente de memória.
Chegou a todas suas conclusões através de raciocínio e intuição.
- John Locke:
Desenvolveu o pensamento de Aristóteles de como se adquire
conhecimento, acreditando na teoria da tabula rasa.
Estudava as sensações, imagens e ideias, descartando a teoria
das ideias inatas de Descartes. Falava das ideias primárias e secundárias.
A primária seria o objeto em si e as secundárias, depois de uma
análise, seria a percepção que se tem do objeto.
Tendo como exemplo esses dois filósofos, vemos como estas
teorias, que na época não tinham nenhuma comprovação cientifica (como exames
que fazemos no cérebro hoje em dia, onde podemos ver que área é ativada quando
fazemos alguma atividade, e assim por diante) são importantes para desenvolver
todas as outras que são estudadas nos dias de hoje. Cada comprovação
psicológica que temos hoje em dia não foi tirada do nada, mas sim de teorias
que foram feitas no passado, tiradas da história da psicologia.
Dá-se a relação tendo
em vista que a representação social nada mais é do que fenômenos sociais acessados a partir de
conteúdos cognitivos. O conteúdo concreto apreendido pelos sentidos,
imaginação, memória e pensamento demarcam a reprodução daquilo que se pensa
para a esfera social.
- Fatores que influem no
processo perceptivo de forma geral, também caracterizam - Experiência prévia e consequente disposição para responder a percepção social: Esta característica da
percepção facilita o processo de influência interpessoal ou de influência
geral. Desta forma, estímulos conhecidos são mais facilmente comunicáveis e
determinadas disposições a responder podem ser aproveitadas para maior eficácia
de uma comunicação persuasiva. Exemplificando, será mais fácil persuadir um
homem do campo a adotar determinada técnica em seu trabalho através da
utilização de estímulos que lhe são familiares e, por esta razão, facilmente
percebíveis, do que tentar fazê-lo por meio de filmes sofisticados exibindo
ambientes pouco familiares ou de outro contexto cultural.
- Seletividade perceptiva: nas
relações sociais a seletividade perceptiva se evidencia numa série de
situações, eis algumas: tendência a perceber características negativas nas
pessoas de quem não gostamos e aspectos favoráveis naquelas que nos agradam; a
facilidade com que aprendemos o que nos interessa e deixamos para traz o que
não nos interessa.
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Tudo o que é humano é
psíquico, sociológico, histórico, demográfico. Não se pode recortar as
fronteiras das disciplinas.
PROCESSOS PSICOLÓGICOS
BÁSICOS E FILOSOFIA:
Utilizamos de dois
textos passados pelo professor para fazermos uma análise dos processos
cognitivos e a filosofia ("O homem que foi colocado em uma gaiola" e
"Mito da caverna").
-
O homem que foi colocado em uma gaiola:
Neste
texto, vimos uma pessoa que já passou pela fase de desenvolvimento cognitivo,
pois ele usava a linguagem e a percepção, tomava decisões, solucionava seus
problemas e já tinha toda uma aprendizagem em relação à vida e a si mesmo.
Ao
ser engaiolado, o homem perdeu a motivação para continuar vivendo e lutando
pelos seus direitos e simplesmente aceitou ao que chamava de destino.
O
conhecimento é processado através da experiência, que adquirimos ao longo da
vida através da percepção dos estímulos. Nossa experiência se reflete, então,
no nosso comportamento.
Essas
limitações físicas e cognitivas acabaram causando certa regressão dos processos
mentais, que interferiu na sua vida social, nos seus conceitos e no seu
comportamento. O homem perdeu a capacidade de se comportar normalmente como um
ser racional, ocorreu uma “atrofia” mental que fez com que ele ficasse louco.
Assim, não tinha mais motivação pra aprender qualquer outra coisa porque não
tinha mais nenhum estímulo para ser respondido.
-
Mito da Caverna:
"O
que é a caverna? O mundo em que vivemos. Que são as sombras das estatuetas? As
coisas materiais e sensoriais que percebemos. Quem é o prisioneiro que se
liberta e sai da caverna? O filósofo. O que é a luz exterior do sol? A luz da
verdade. O que é o mundo exterior? O mundo das ideias verdadeiras ou da
verdadeira realidade. Qual o instrumento que liberta o filósofo e com o qual
ele deseja libertar os outros prisioneiros? A dialética. O que é a visão do
mundo real iluminado? A Filosofia. Por que os prisioneiros zombam, espancam e
matam o filósofo (Platão está se referindo à condenação de Sócrates à morte
pela assembleia ateniense)? Porque imaginam que o mundo sensível é o único
mundo verdadeiro.”
Ao
nosso redor está sempre ocorrendo estímulos que podem ou não captar a nossa
atenção, porém percebemos somente o essencial, pois se percebêssemos tudo ao
mesmo tempo seria uma pressão e uma exigência muito grande para com o nosso cérebro
e nossos processos cognitivos ficariam sobrecarregados.
Esse
mito ilustra o quanto a nossa aprendizagem influencia nos nossos
comportamentos, mostra que só aceitamos como verdadeiro algo que esteja dentro
dos nossos conceitos formados ao longo da vida.